ge Porto Alegre
Em jogo marcado por polêmicas de arbitragem e revisões controversas no VAR, Botafogo arrancou vitória no último lance com gol de Hugo
Teve de tudo: decisão polêmica, expulsão, confusão, gol, defesas milagrosas. Inter x Botafogo, pela 13ª rodada, foi um dos jogos mais movimentados do Brasileirão até aqui. Impossível analisar o que aconteceu na partida sem considerar todo o contexto agitado. Por estes motivos, ge dividiu a vitória alvinegra em sete atos. Confira:
1. Início turbulento
Nos primeiros dois minutos de jogo, o Botafogo foi envolvido pelo Inter: mal encostou na bola. Dominado, o time de Luís Castro viu a equipe de Mano Menezes chegar à área com troca de passes entre Edenilson, Bustos e Alan Patrick, que tentou encobrir Gatito Fernández. A bola bateu na barriga de Philipe Sampaio e, na sequência, no braço dele.
O lance rendeu ao Inter um pênalti - convertido por Edenilson - e, ao Botafogo, duas expulsões: a do zagueiro alvinegro pelo toque e a do técnico por reclamação. Com desvantagem numérica dentro de campo e também no placar, os visitantes iniciavam a partida da pior maneira possível no Beira-Rio.
2. Reação imediata após mais um baque
Não demorou muito - mais especificamente cinco minutos, entre a cobrança do pênalti, aos oito, e o gol de Bustos, aos 13 - para a situação ficar ainda pior para o Botafogo. Ainda abalado e inconformado com o pênalti que originou o primeiro gol, o time alvinegro sofreu o segundo.
A linda jogada colorada quebrou a zaga carioca. Na entrada da área, Bustos tocou para Alan Patrick, que, com um toque, conseguiu deixar Hugo, Klaus e Piazon batidos, assistindo Bustos recebendo a devolução e completando para o gol.
Cinco minutos depois de ter sofrido o segundo gol com um jogador a menos, o Botafogo mostrou que estava vivo no jogo: Vinicius Lopes marcou pela primeira vez desde que chegou ao clube, no início do ano. O lance teve início em um escanteio, cobrado para a área colorada e rebatido por Moisés. Na sobra, Saravia dividiu com De Pena e devolveu a bola para a área, pegando a defesa do Inter desorganizada. Vinicius Lopes surgiu de trás e tocou para o gol.
3. Reorganização tática e entrega de Piazon
Em meio ao turbilhão de emoções, o Botafogo precisou se reorganizar para sobreviver com um a menos até o fim da partida. Toda a estratégia inicial foi água abaixo após a expulsão de Sampaio. Antes de falar sobre os desdobramentos, cabe resgatar que Luís Castro resolveu dar sequência à formação com três zagueiros, que foi "estreada" na vitória sobre o São Paulo na quinta (16), após uma sequência de quatro derrotas.
O problema para montar uma linha de três na zaga, no entanto, morava nas suspensões de Víctor Cuesta e Kanu. Da partida anterior, restava apenas Carli a Castro. O técnico decidiu manter a dinâmica ao escalar Philipe Sampaio, que retornou de lesão sofrida no início do mês passado, ao lado de William Klaus, que havia jogado apenas 45 minutos, contra o Ceilândia, pela Copa do Brasil. A ideia era garantir a mesma solidez defensiva obtida contra o São Paulo.
A expulsão de Sampaio, no entanto, obrigou que uma nova dinâmica fosse improvisada. Quando era atacado, o Botafogo se protegia com uma linha de cinco jogadores: os zagueiros Carli e Klaus, os laterais Saravia e Hugo e o meia Lucas Piazon. O meio-campista fez sua melhor partida com a camisa alvinegra em Porto Alegre. Foi participativo e impressionou pela entrega ao se juntar a Hugo para fechar o lado esquerdo de defesa.
4. Os milagres de Gatito
Mesmo que a nova dinâmica na formação estivesse funcionando relativamente bem, o Botafogo ainda sofreu com o Inter até o fim do primeiro tempo. Não fosse Gatito, o time poderia ir para o vestiário no intervalo sem grandes chances de conseguir reagir no segundo tempo.