A maior concentração foi entre as praias da Ribanceira e Ibiraquera, em Imbituba, com 46 baleias avistadas

Nesta semana, um sobrevoo realizado por uma equipe do Programa de Monitoramento das Baleias-Francas da SCPAR Porto de Imbituba e do Projeto Franca Austral contabilizou 216 baleias-francas ao longo da costa de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O levantamento revelou 214 mães acompanhadas de filhotes e dois adultos solitários. A maior concentração desses animais foi registrada em Imbituba.

Os voos, que cobriram uma extensa área entre Cidreira (RS) e Florianópolis (SC). Em Imbituba, 46 indivíduos foram vistos entre as praias da Ribanceira e Ibiraquera, além de 36 avistadas na região entre Itapirubá e a praia da Vila. Em Florianópolis, a Praia do Moçambique foi o local com maior registro, somando 26 baleias, enquanto o Rio Grande do Sul teve sua maior concentração em Imbé, com oito avistagens.

Sobrevoo e pesquisa 

O monitoramento aéreo é crucial para entender a resposta das baleias-francas aos esforços de conservação, permitindo uma estimativa de parâmetros demográficos da população. As fotografias tiradas durante o sobrevoo são fundamentais para a identificação das baleias adultas, que possuem calosidades características, funcionando como impressões digitais. 

Mariana Favero Silvano, bióloga e coordenadora técnica do Programa de Monitoramento de Cetáceos, mostrou satisfação com os resultados da temporada reprodutiva de 2024. Segundo ela, o aumento das avistagens é um sinal de recuperação de uma espécie que foi severamente ameaçada pela caça.

Desde o final da década de 1980, os monitoramentos têm sido sistemáticos, com um pico de 273 baleias registradas em 2018. No ano passado, o número foi de 225. Além dos sobrevoos, um monitoramento contínuo por terra é realizado ao longo de 15 pontos fixos na região da APA da Baleia-Franca. 

A baleia-franca continua a ser uma espécie ameaçada de extinção, com uma população estimada em cerca de 500 indivíduos e uma taxa de crescimento anual de 4%. O ProFRANCA, apoiado pela Petrobras, é essencial para o acompanhamento da recuperação dessa magnífica espécie no sul do Brasil.

Por Redação RSC