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Suspeita de maus-tratos a crianças em creche é investigada: 'Constatado lesões', diz polícia

Fonte: g1 SC e NSC

Mães relatam que crianças chegam com assaduras na área da fralda, machucados, fome e sede. A creche fica em São José.

Uma suspeita de maus-tratos contra crianças em uma creche particular de São José, na Grande Florianópolis, é investigada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).

Mães relataram aos policiais que os filhos chegavam do local com sede e fome, assaduras na área da fralda e, ocasionalmente, com machucados. Cinco crianças de 3 e 4 anos chegaram a serem ouvidas pela psicóloga da Polícia Civil, segundo o delegado Cristiano Sousa, da Delegacia de Proteção da Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCami) de São José.

"Duas delas [crianças] fizeram exame de corpo de delito, e foi constatado que tinham lesões", afirmou Sousa.

"A gente está aguardando a psicóloga policial fazer os atendimentos dela. Tão logo eu receba, farei minha conclusão e entregarei para o fórum", afirmou o delegado. Ele espera concluir o inquérito nesta sexta (20).

A creche não está mais em funcionamento, segundo a prefeitura (veja na íntegra abaixo).

Investigação policial

A história chegou à Polícia Civil na sexta-feira (13), informou o delegado. As mães e uma ex-professora, que serviu de testemunha, falaram com a Central de Plantão Policial da cidade.

"As mães relatam que essas crianças chegariam em casa com assaduras na fralda, machucadas, com lesões, em algumas oportunidades, sede e fome, quando iam buscar na creche. Na segunda-feira, o plantão policial mandou para a delegacia [DPCami] o que tinha sido produzido no plantão. Com base nessas informações, instaurou-se o inquérito policial", afirmou o delegado.

A diretora da creche é investigada por maus-tratos. O delegado disse que ela nega as condutas denunciadas. O advogado da diretora também se manifestou por nota e disse que "as acusações não procedem" (leia íntegra abaixo).

Conforme o delegado, a diretora também era professora e administrava a creche, incluindo os estoques de alimentos e água.

Na noite de sexta (13), houve confusão no local envolvendo os pais de alunos e a direção e parte da creche foi depredada. A Polícia Militar atendeu o caso e levou as mães e a diretora para a Central de Plantão Policial.

Os policiais estiveram na creche, mas o delegado relatou que, como houve a depredação na sexta-feira, o local foi alterado e a não-preservação dificulta saber como era a administração no lugar.

Apuração do MPSC

O MPSC informou na quarta (18) que instaurou uma notícia de fato para investigar o caso na 4ª Promotoria de Justiça de São José, que atua na área de infância e juventude. O objetivo do procedimento do Ministério Público é garantir a proteção das crianças.

A parte da apuração da suspeita de maus-tratos ficará com a Promotoria de Justiça da esfera criminal, para a qual será encaminhado o inquérito policial, quando concluído.

O MPSC pediu vistorias da Vigilância Sanitária e da Secretaria Municipal de Educação na creche. O prazo é de 48 horas. O MPSC disse às 16h22 de quinta (19) que não havia recebido nenhuma informação se o procedimento foi feito.

O g1 entrou em contato com a Prefeitura de São José e não havia obtido retorno sobre as vistorias até a última atualização desta reportagem.

O que diz a prefeitura

O município se manifestou de forma oficial com nota na terça (17). Confira a íntegra:

Profissionais do Conselho Tutelar, da Vigilância Sanitária e do Conselho Municipal de Educação de São José estiveram na manhã de segunda-feira (16) na creche, localizada no bairro Serraria, para inspecionar o local, após denúncias.

Os profissionais encontraram o local vazio, sem atendimentos ou pessoas trabalhando, e identificaram sinais de depredação. A creche, considerada irregular, não está mais em funcionamento. A Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso foi comunicada e está investigando possíveis irregularidades e responsabilidades.

O que diz a diretora da creche

Confira abaixo a íntegra da nota da defesa da diretora da creche, feita pelo advogado Wandergell Leiroza.

As acusações não procedem. Há manifestação de pais em favor da sra. Ana , nossa cliente, no sentido de que a mesma sempre cuidou bem das crianças e do local. Essas pessoas já deram entrevista pública neste sentido e vão depor em juízo esclarecendo os fatos. A sra. é uma professora formada e dedica 24 anos nesta atividade, educando crianças. A nossa cliente ficou muito abalada com o corrido e a truculência do ato ocorrido na presença de crianças expondo-as a riscos pela invasão e depredação, e lhe causou abalos emocionais, então, até para efeito de segurança de todos, a creche foi fechada. A creche estava em processo de regularização junto à Prefeitura. No local, a creche funciona há 5 anos, atendendo aquela comunidade que acabou sendo prejudicada pelo ocorrido. Estamos tomando medidas judiciais cabíveis de natureza cível e criminal sobre o ocorrido, e os responsáveis serão punidos.

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