Técnico das equipes sub-20 e sub-23 precisa lidar mais uma vez com a necessidade de erguer um time diante da não liberação dos clubes; torneio na Venezuela só dá duas vagas em Paris-2024.

Ramon Menezes é o técnico da seleção brasileira sub-20 desde março de 2022, ou seja, há quase dois anos. É o período mais longo no comando de um time em sua carreira. Porém, às vésperas do Pré-Olímpico, a sensação com a equipe — agora também sub-23 — é de eterna reconstrução.

O técnico divulgou os convocados para esse torneio no dia 21 de dezembro. Perdeu sete dos 23 jogadores (30%), todos não liberados pelos clubes — o Pré-Olímpico não faz parte da data Fifa, então não há a obrigação de liberação.

Essa lista inicial tinha 21 diferenças na comparação com a dos convocados para o período de treinos no CT do Corinthians, no início de novembro. O filme fora semelhante na relação para os Jogos Pan-Americanos, e na primeira convocação desse novo "ciclo olímpico", em setembro, com amistosos contra o Marrocos.

Se tem algo que é constante para Ramon Menezes nas seleções de base, é a necessidade de fazer mudanças nas listas de convocados.

— Ramon nunca teve vida fácil pra montar seus times, convivendo com cortes e não liberação de atletas em todas as competições que disputou. Se a gente pegar a "geração ideal" é claro que preocupa a ausência de nomes como Vitor Roque, Beraldo, Danilo, Savinho, Robert Renan, Marcos Leonardo, Vinicius Tobias.... E isso é um grande problema, já que o Ramon planejou um time titular totalmente diferente do que vai começar o período de treinos. A missão é fazer um grupo menos badalado, competir — afirmou Marcelo Raed, comentarista do Sportv.

O treinador e sua comissão conseguiram superar esse desafio duas vezes. Na primeira competição à frente da equipe sub-20, ele conquistou o Sul-Americano, em fevereiro de 2023. Campeão invicto, com a melhor defesa e o melhor ataque. O Brasil não ganhava o torneio há 12 anos.

Esse título deu a Ramon tanto prestígio junto ao presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, que o treinador assumiu interinamente a seleção principal em três amistosos do ano passado, contra Marrocos (derrota por 2 a 1), Guiné (vitória por 4 a 1) e Senegal (revés por 4 a 2, de virada).

No meio disso, em junho, ele comandou a seleção brasileira no Mundial Sub-20. O time, que não disputava o torneio há duas edições, foi eliminado nas quartas de final, para Israel.

A segunda conquista nesses dois anos foi a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos, algo que não acontecia para o Brasil há 36 anos. As atuações ao longo da campanha não empolgaram. Anunciado como técnico da seleção pré-olímpica em julho, Ramon só teve um amistoso contra o Marrocos e as cinco partidas pelo Pan com os atletas sub-23.

Apenas dois dos 10 participantes do Pré-Olímpico garantem vaga em Paris-2024.

— A expectativa é sempre a melhor possível. Vamos ter um tempo de preparação, sabemos que é um período muito curto. A nossa responsabilidade sempre foi muito grande, e foi essa responsabilidade que nos trouxe até aqui. O ano de 2023 foi muito positivo. Eu elogiei muito essa geração, porque de fato eu estava de frente de uma geração muito promissora, que vem comprovando isso. A gente carrega a responsabilidade também do Brasil ser bicampeão olímpico, o nosso objetivo é sem dúvida nenhuma buscar a classificação primeiro. Pensar única e exclusivamente no Pré-Olímpico — comentou Ramon Menezes.

Números de Ramon Menezes como técnico da seleção brasileira

Fonte: ge.globo e ogol