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Investigações apontam propina mensal a prefeito e vice de Tubarão

  • - Foto: reprodução/Prefeitura de Tubarão

Informações estavam descritas em um despacho do Tribunal de Justiça de Santa Catarina que vazou nesta segunda-feira (20).

As investigações da Operação Mensageiro indicam que o prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli, e o vice-prefeito, Caio Tokarski, supostamente, vinham recebendo mensalmente propina da empresa Serrana Engenharia, pelo favorecimento em contratos públicos de resíduos sólidos no município. 

Os valores estão descritos em um despacho do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, vazado nesta segunda-feira, 20. O acordo teria sido fechado em 2016, quando Tokarski teria procurado um dos sócios do Grupo Serrana. Segundo informações, o encontro teria sido realizado no Shopping Itaguaçu, na cidade de São José.

Constam ainda que em 2017, um representante da Serrana procurou Darlan Mendes – Gerente de Gestão de Tubarão – para tratar sobre o contrato vigente e a licitação que seria lançada no ano seguinte. Na ocasião, Darlan teria exigido 10% dos valores dos contratos para Ponticelli e Tokarski.

Para ser o intermediário entre Serrana, Joares e Caio, segundo o documento vazado, Darlan Mendes recebia um percentual por mês da propina. Na maioria das vezes, o mensageiro lhe entregava dois envelopes. Um deles era a propina pertencente ao prefeito e vice, enquanto o segundo – menor e mais leve – era dele próprio.

Em junho de 2022, suspeitando da investigação do MP, o representante da Serrana Engenharia teria procurado o Chefe do Executivo, na Prefeitura, para informar que não prosseguiria com o pagamento da propina. Entretanto, irritado, Joares não gostou e abandonou o encontro.

Diante da desaprovação do prefeito, o Grupo Serrana se viu ‘obrigado’ a retornar com o pagamento da propina no mês de setembro, efetuando, inclusive, um adiantamento dos valores, mesmo sem o empenho de notas fiscais.

Todas as informações foram cruzadas pelas investigações, observando dados oficiais, mensagens trocadas por aplicativos, ligações telefônicas, análise de localizações das ligações fornecidas por operadoras, entre outros.

“Em suma, há indícios robustos de que Joares Carlos Ponticelli e Caio César Tokarski, juntamente com o já segregado Darlan Mendes da Silva integrem a organização criminosa responsável, em tese, pelo maior e mais complexo esquema de pagamento de propinas de Santa Catarina, conforme trazido pelo Gaeco”, informa um trecho do documento assinado pela desembargadora relatora Cinthia Beatriz da Silva Bittencourt Schaefer.

Na justificativa das prisões de Joares e Caio, a magistrada pontuou que “[…]nem mesmo sabendo das investigações relacionadas ao suposto esquema do lixo, deixaram de, em tese, solicitar e receber propina mensal, se torna óbvio que a única forma de impedir o prosseguimento do recebimento de propina e o sangramento dos cofres públicos municipais é através da prisão preventiva”.


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