Programa garante que pessoas com doenças crônicas tenham acesso a remédios essenciais sem custo

Com a inflação pressionando cada vez mais o bolso dos brasileiros, o aumento no preço dos medicamentos tem se tornado uma preocupação constante nas despesas de saúde. Até agosto de 2024, o IPA-DI (Índice de Preços ao Produtor Amplo) da indústria de transformação (que inclui os medicamentos) registrou uma alta de 4,2%.

Um levantamento do IBGE revelou que 33,7% dos gastos com saúde nas famílias brasileiras foram destinados à compra de remédios em 2021, um aumento em relação aos 32,5% do ano anterior. Mas, em meio a esse cenário, ainda existem alternativas que podem fazer a diferença no orçamento familiar. O SUS (Sistema Único de Saúde) oferece uma variedade de remédios gratuitos, ajudando a reduzir os gastos e garantindo o acesso ao tratamento necessário.

Apoio do SUS na distribuição dos medicamentos

De acordo com a Secretaria do Estado da Saúde de Santa Catarina, os medicamentos gratuitos no SUS são oferecidos através do Ceaf (Componente Especializado da Assistência Farmacêutica). Este programa garante que pessoas com doenças crônicas tenham acesso a medicamentos essenciais sem custo. A distribuição é feita em unidades de saúde, seguindo diretrizes do Ministério da Saúde.

Maria Teresa Agostini, diretora de Assistência Farmacêutica da Secretaria de Saúde, explica que “é fundamental a prescrição médica e a documentação necessária para garantir o fornecimento dos medicamentos”. As farmácias específicas estão disponíveis em todos os 295 municípios catarinenses.

A realidade do acesso a medicamentos no Brasil é um direito garantido pelo SUS e está integrado à assistência à saúde. Silvana Nair Leite Contezini, professora do curso de farmácia da UFSC, ressalta que “ter acesso a medicamentos é crucial para que o direito à saúde do cidadão brasileiro seja efetivado”. Segundo ela, “os medicamentos que são de fato necessários devem ser garantidos”, pois “sem acesso, a efetividade do tratamento pode ser nula”.

Sem acesso a medicações específicas, pacientes com diabetes podem enfrentar complicações graves, como cetoacidose diabética, doenças cardiovasculares e problemas nos rins. Segundo o Ministério da Saúde, a falta de tratamento adequado pode levar a hospitalizações frequentes e até à amputação de membros em casos mais severos.

A Defensoria Pública de Santa Catarina pode ajudar aqueles que não conseguem obter os medicamentos que precisam. Para ser atendido, o interessado deve atender a alguns requisitos, como ter uma renda familiar mensal não superior a três salários mínimos e não possuir bens que ultrapassem 150 salários mínimos.

Por redação RSC