logo RCN

Novembro Azul: Riscos do câncer de próstata e cuidados com a fertilidade masculina

  • (Ilustração: Conversa Comunicação/SBRA) - Novembro Azul: Riscos do câncer de próstata e cuidados com a fertilidade masculina

Especialista explica que a desinformação ainda é um dos maiores obstáculos para que doenças como o câncer de próstata sejam identificadas em seu estágio inicial.

No dia 17 de novembro é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata. O objetivo da data é alertar aos homens da importância de realizar o exame de diagnóstico. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil registra uma média de 68 mil novos casos ao ano e cerca de 15 mil mortes em decorrência da doença. 

Não há evidência científica que conecte o câncer de próstata a um risco maior de infertilidade masculina. No entanto, o tratamento da doença pode levar a sério comprometimento do potencial reprodutivo do homem. 

“A abordagem cirúrgica da doença, localizada através da prostatectomia radical, provoca impossibilidade de ejaculação. Nos casos de doença avançada, muitas vezes são necessárias medidas de castração cirúrgica ou farmacológica, uso de agentes antiandrogênicos ou o emprego de quimioterapia, que podem comprometer de forma definitiva a produção de espermatozóides”, eplica Sandro Esteves, urologista e membro da Associação Brasileira de Reprodução Assistida.

O método mais comum de  investigação para o câncer de próstata consiste na realização do exame de sangue, chamado PSA (antígeno prostático específico), que é uma proteína produzida pela próstata. Além disso, é realizada uma avaliação digital da próstata, conhecido como toque retal, exame muito temido por alguns homens. 

Ainda que exista um preconceito antigo, o especialista salienta que se trata de um exame indolor, com duração de poucos segundos e de extrema importância para o diagnóstico, visto que cerca de 15% destes cânceres não apresentam elevação da proteína e somente são descobertos pelo toque retal. 

É importante ressaltar que este exame não causa nenhum mal ao paciente, como disfunção erétil ou diminuição da masculinidade do homem, porém pode ser prejudicial à fertilidade masculina e dificultar o processo de reprodução assistida

De modo geral, o câncer de próstata tem um comportamento silencioso em seu estágio inicial, não causando sintomas aparentes. Já em seu estágio mais avançado o paciente pode observar sangramento na urina ou na ejaculação; dores ósseas no quadril, pernas braços ou costelas; além de alterações no padrão da urina, como dificuldade miccional (dor ao urinar ou dificuldade de controlar a urina).


Sobre os exames de fertilidade:

Segundo o membro da SBRA, Sandro Esteves, cerca de metade das causas de infertilidade conjugal estão ligadas ao homem e podem estar relacionadas a diversos fatores, como causas genéticas, alterações no conjunto de cromossomos, mutações, perda de uma pequena parte do cromossomo, hormonais (hipogonadismo, hiperprolactinemia, hipo/hipertiroidismo), funcionais (anejaculação, disfunção erétil, ejaculação retrógrada, etc) e anatômicas (varicocele, agenesia dos ductos deferentes, obstrução de ductos ejaculatórios).

Esteves ainda explica que, mesmo com os preconceitos que giram em torno da fertilidade masculina, o desejo pela paternidade suplanta a frustração ou vergonha de enfrentar um possível diagnóstico positivo. “Os homens cada vez mais sentem-se à vontade para buscar ajuda relacionada a problemas de infertilidade. 

Os exames diagnósticos são compostos por avaliação seminal completa, análise de cromatina espermática para casos específicos, perfil hormonal, exames genéticos e, quando necessário, exames de imagem como ressonância da pelve e ultrassonografia escrotal.

O especialista afirma que o tratamento pode variar dependendo de causa e podem ir desde uma reposição hormonal, correção cirúrgica de varicocele, desobstrução endoscópica dos ductos ejaculatórios, reversão de vasectomia; até tratamentos de reprodução assistida, como a inseminação artificial e a fertilização in vitro. Entretanto, Esteves afirma que uma boa qualidade de vida pode evitar a maior parte desses problemas.

“O homem deve se esforçar para oferecer as melhores condições para que se formem gametas da mais alta qualidade, evitando maus hábitos como tabagismo, uso excessivo de álcool, obesidade, uso de medicamentos potencialmente gonadotóxicos, como anabolizantes, por exemplo. Deve, em comum acordo com a parceira, tentar cumprir o calendário de coito programado. Durante o tratamento é importante que siga rigorosamente as orientações médicas, que podem englobar o uso de antioxidantes, suspensão ou prescrição de medicamentos complementares e abstinência ejaculatória para a coleta”, complementa.


A informação é a chave:

A desinformação ainda é um dos maiores obstáculos para que doenças como o câncer de próstata sejam identificadas em seu estágio inicial. O Dr. Sandro Esteves explica que muitos de seus pacientes chegam ao consultório com muitas dúvidas. 

“Os conceitos equivocados que mais me deparo no consultório de rotina incluem o questionamento se o exame físico digital da próstata dói ou reduz a masculinidade do indivíduo; homem não pode “falhar” numa situação de coito em hipótese alguma; homem sempre precisa estar com a libido alta; a infertilidade quase sempre está na mulher e não no homem; hormônio masculino sempre faz bem em quem deseja engravidar; a idade do homem não influencia na saúde da prole”, afirma.

Para desmistificar algumas dúvidas, listamos alguns dos questionamentos mais comuns entre homens:

  • as causas de infertilidade distribuem-se de forma comparável entre homens e mulheres;
  • o exame digital da próstata é rápido e indolor e não afeta a masculinidade de forma alguma;
  • a disfunção erétil episódica (não persistente) pode ocorrer com qualquer homem saudável e não representa situação patológica;
  • a libido pode baixar em situações de stress, depressão ou déficit hormonal;
  • o homem responde por cerca de metade das causas de infertilidade conjugal;
  • a reposição hormonal com testosterona sintética é contraindicada naqueles homens que ainda desejam reproduzir uma criança;
  • Homens com idade superior a 45-50 anos oferecem maior risco à formação da prole em relação a alterações genéticas.

Sobre o câncer de próstata:

O câncer de próstata tem uma elevada taxa de cura quando diagnosticado nos estágios iniciais. A prevenção ainda é a melhor maneira de controlar a doença, principalmente quando há fatores de risco, como:

  • histórico familiar de câncer de próstata: pai, irmão e tio;
  • raça: homens negros sofrem maior incidência deste tipo de câncer;
  • obesidade.

É importante salientar que, com o envelhecimento, muitos homens apresentam crescimento benigno da próstata (HPB – hiperplasia prostática benigna), causando um aumento da glândula prostática, o que pode provocar algumas dificuldades para urinar (como jato fraco, idas frequentes ao banheiro e sensação de esvaziamento incompleto da bexiga). Caso o paciente apresente estes sintomas ele deve procurar um urologista para tratamento desta doença. 

Sobre a fonte especialista: Prof. Dr. Sandro Esteves é professor colaborador da disciplina de urologia da FCM-UNICAMP, membro da Associação Brasileira de Reprodução Assistida – SBRA, membro da Comissão de Ensino e Treinamento da Sociedade Brasileira de Urologia e diretor médico da clínica ANDROFERT.

Fonte: Associação Brasileira de Reprodução Assistida – SBRA

Ilustração: Conversa Comunicação/SBRA


Gabinete de acompanhamento da Covid-19 é reativado no Brasil Anterior

Gabinete de acompanhamento da Covid-19 é reativado no Brasil

Covid-19: secretária do Ministério da Saúde recomenda uso de máscara Próximo

Covid-19: secretária do Ministério da Saúde recomenda uso de máscara

Deixe seu comentário