Bebê dado como morto chora dentro do caixão durante sepultamento
Renildo Pioneiro: Pioneiros da Política - Quando o Brasil Faz História
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- Renildo Pioneiro: Pioneiros da Política - Quando o Brasil Faz História
Por Renildo Pioneiro
A política brasileira é marcada por pioneirismos que, muitas vezes, revelam tanto o inusitado quanto a seriedade de nossa vida pública. Do primeiro deputado cassado por escândalo moral, Barreto Pinto, ao primeiro presidente afastado por impeachment, Fernando Collor, cada episódio mostra como o país escreve capítulos inéditos em sua democracia. As recentes condenações que voltam a movimentar o cenário nacional apenas reforçam que, no Brasil, não faltam acontecimentos que abrem caminhos – ou alertam para os desvios – na trajetória política. É sobre esses marcos e curiosidades que trata nossa coluna semanal: Tudo sobre Pioneirismo.
Em 1946, o Brasil viveu um episódio inusitado e pioneiro na política. O deputado federal Barreto Pinto, eleito pelo Rio de Janeiro, tornou-se o primeiro parlamentar cassado da história do país. Sua queda não ocorreu por motivos de corrupção ou ideologia, mas sim por comportamento considerado inadequado para a época. Em entrevista a uma revista, posou de fraque e cartola, mas sem calças, o que gerou grande repercussão e escândalo moral no pós-guerra. A Câmara dos Deputados entendeu que o ato feriu a “decência parlamentar” e decidiu pela cassação. O caso entrou para os anais da política brasileira como um exemplo curioso de como costumes e moralidade já ditaram o destino de mandatos no Brasil.
Em 1992, o Brasil enfrentou um marco histórico na sua democracia. Fernando Collor de Mello, eleito em 1989 como o primeiro presidente escolhido pelo voto direto após a ditadura militar, tornou-se também o primeiro presidente a sofrer um processo de impeachment no país. Acusado de corrupção e envolvimento em um esquema de tráfico de influência, Collor viu sua base política ruir diante das denúncias. Milhares de brasileiros foram às ruas em protestos conhecidos como o movimento dos “caras-pintadas”. Diante da pressão popular e política, renunciou ao cargo, mas mesmo assim teve seus direitos políticos suspensos. O episódio consolidou o impeachment como um instrumento legítimo da democracia brasileira.

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