Relatório da TransUnion aponta avanço do vishing e golpes envolvendo PIX, além de revelar baixa percepção dos brasileiros sobre tentativas de golpe

O Brasil registrou uma taxa de 3,8% de suspeitas de fraude digital no primeiro semestre de 2025, ficando acima da média latino-americana de 2,8%. Os dados fazem parte da atualização semestral do Relatório de Tendências de Fraude da TransUnion, que monitora bilhões de transações em sites e aplicativos no mundo todo. O país aparece entre os três com maiores índices da região, atrás apenas da República Dominicana.

Embora o número de consumidores que afirmam ter sofrido golpes tenha diminuído em comparação com 2024, o estudo mostra um dado preocupante: 73% dos brasileiros não sabem dizer se foram vítimas de golpes recentemente. A falta de percepção sobre ataques digitais é apontada como um dos principais fatores que favorecem a ação de criminosos.

Entre os golpes mais comuns, o vishing, categoria de fraude realizada por telefone com uso de engenharia social, aparece na liderança entre os brasileiros, representando 38% dos relatos. Os golpes envolvendo PIX surgiram com força e já ocupam a segunda posição, citados por 28% dos participantes da pesquisa.

O relatório também destaca um movimento global que atinge empresas de diversos setores. Líderes corporativos de países como Canadá, Reino Unido, EUA e Índia estimam ter perdido o equivalente a US$ 534 bilhões por fraudes no último ano. O valor corresponde a 7,7% das receitas e supera o percentual registrado em 2024.

Outro ponto de atenção é o crescimento de tentativas de fraude durante a criação de contas digitais. No mundo, 8,3% das transações desse tipo foram classificadas como suspeitas no primeiro semestre de 2025, representando um avanço de 2,6% em comparação com o ano anterior. A invasão de contas (ATO) também teve aumento expressivo, subindo 21% em um ano.

No segmento de jogos eletrônicos, as tentativas de fraude atingiram 13,5% das transações globais, o maior índice entre todos os setores avaliados. No Brasil, as transações suspeitas nesse mercado chegaram a 6,8%, puxadas principalmente pelo abuso de promoções e por esquemas voltados a ganhos rápidos.

Os dados reforçam, segundo a TransUnion, a necessidade de consumidores adotarem medidas de proteção, como autenticação em duas etapas, e de empresas investirem em inteligência preventiva para combater estratégias de criminosos, que seguem evoluindo com rapidez.

Por Redação RSC