logo RCN
Política

Ex-prefeito investigado na Operação Mensageiro é solto após decisão do STJ

  • - Luiz Carlos Tamanini, prefeito de Corupá — Foto: Facebook/Reprodução

Luiz Carlos Tamanini era prefeito de Corupá. Operação Mensageiro investiga suspeitas de corrupção envolvendo contratos nas áreas de coleta de lixo e saneamento.

O ex-prefeito de Corupá Luiz Carlos Tamanini foi solto após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) desta terça-feira (7). Ele foi um dos 16 prefeitos catarinenses presos na Operação Mensageiro. A operação investiga suspeitas de corrupção envolvendo desvio de verbas públicas nas áreas de coleta de lixo e saneamento. Investigado, Tamanini renunciou em agosto.

Decisão

Tamanini estava preso há sete meses. De acordo com o STJ, o voto que prevaleceu foi do ministro Sebastião Reis Júnior. Ele entendeu que em crimes contra a administração em que a organização criminosa já veio a ser descoberta, e em que os crimes foram cometidos em função do cargo, é possível a substituição da prisão por outras medidas cautelares.

Também afirmou que não há indício de risco de fuga do réu nem de que vá criar obstáculos ao processo. 

Portanto, seria o caso de imposição de cautelares, proibição de acessar o prédio da prefeitura e de entrar em contato com outros investigados e testemunhas. Com isso, a prisão foi substituída pelas medidas cautelares.

De acordo com o processo, Tamanini é suspeito de negociar e receber propina antes mesmo de ser eleito prefeito. Após a posse, ele passou a receber um valor mensal e defendia os interesses do grupo empresarial investigado.

Quando a operação Mensageiro teve início?

Deflagrada em 6 de dezembro de 2022, a Operação Mensageiro já teve quatro fases. Na primeira, quatro prefeitos foram presos, um deles durante uma viagem oficial a Brasília. Na segunda etapa, em 2 de fevereiro, dois prefeitos também foram detidos. Na terceira fase, o prefeito de Tubarão foi detido junto com o vice. Na quarta etapa, foram presos oito prefeitos.

A investigação do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) começou há um ano e meio, após denúncias, acompanhamento de entregas de dinheiro e rastreamento de celulares. A operação investiga um escândalo de corrupção envolvendo desvio de verbas públicas nas áreas de coleta de lixo e saneamento.

Foi descoberto que uma empresa catarinense, a Serrana Engenharia foi responsável por pagar propina para agentes públicos no estado para ter acesso a licitações. Segundo a apuração do Ministério Público, um empresário seria o responsável pela interlocução com agentes públicos para a negociação de propina.

Esse “mensageiro” não trabalharia mais na empresa há 10 anos, mas fazia o papel de interlocutor com os agentes públicos. O empresário entregaria dinheiro aos agentes públicos e também apresentaria aos políticos prévias de editais para licitações, com exigências que excluíram a chance de participação de outras concorrentes.

Em nota, o Grupo Serrana informou que, "em respeito ao sigilo judicial, todos os seus esclarecimentos e manifestações serão realizadas exclusivamente nos respectivos processos da Operação Mensageiro".

As investigações são coordenadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e apontam que todos esses prefeitos são suspeitos de participarem no esquema criminoso. Ao todo, segundo o Gaeco, o esquema teria pago mais de R$ 100 milhões em propina. Já o lucro da empresa passaria dos R$ 430 milhões.

Prefeitos presos em todas as fases:

  • Deyvison Souza (MDB), de Pescaria Brava;
  • Luiz Henrique Saliba (PP), de Papanduva;
  • Antônio Rodrigues (PP), de Balneário Barra do Sul.
  • Antônio Ceron (PSD), prefeito de Lages;
  • Vicente Corrêa Costa (PL), de Capivari de Baixo;
  • Marlon Neuber (PL), de Itapoá;
  • Joares Ponticelli (PP), de Tubarão;
  • Luiz Carlos Tamanini (MDB), de Corupá;
  • Armindo Sesar Tassi, de Massaranduba;
  • Adriano Poffo (MDB), de Ibirama;
  • Adilson Lisczkovski, de Major Vieira
  • Patrick Corrêa, de Imaruí.
  • Luiz Divonsir Shimoguiri, de Três Barras
  • Alfredo Cezar Dreher, de Bela Vista do Toldo
  • Felipe Voigt (MDB), de Schroeder
  • Luis Antônio Chiodini (PP), de Guaramirim
Por g1 sc
Tensão na Casa da Agronômica: prefeito de Imbituba em apuros na presença do governador Anterior

Tensão na Casa da Agronômica: prefeito de Imbituba em apuros na presença do governador

Próximo

Durante evento de repasse milionário, prefeito de Imbituba é cobrado por falta de atitude

Deixe seu comentário