logo RCN
Saúde

Como cidade de SC se tornou destaque no combate à Aids com entrega de kits com seringas para usuários de drogas

  • - Itajaí - Foto: divulgação

Em 1998, Itajaí adotou estratégias de redução de danos associados ao uso de drogas, sobretudo as injetáveis, mais comuns à época.

Itajaí, no litoral de Santa Catarina, que distribuiu seringas e sedas de maconha a usuários de drogas para reduzir casos de Aids, entre outras ações, é considerado um exemplo nacional de combate à doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), segundo especialistas. O enfrentamento dela ganha evidência no dezembro vermelho.

Em apenas quatro anos, o município saiu do 1º lugar para o 16º no ranking de ocorrências após adotar, em 1998, estratégias de redução de danos associados ao uso de drogas, sobretudo as injetáveis, mais comuns à época.

No mais recente boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, divulgado na quinta-feira (30), Itajaí aparece em 77º no ranking do índice composto dos 100 municípios com mais de 100 mil habitantes. Esse índice é formado por critérios como a taxa de detecção e taxa de mortalidade.

Embora o programa tenha durado cerca de 12 anos naqueles moldes, com agentes redutores que visitavam rotineiramente pontos de uso de droga, algumas ações, como a entrega de kits com seda para maconha e camisinha, em julho deste ano, ainda são feitas.

Pautada nos manuais do Ministério da Saúde, a ação gerou polêmica, mas especialistas defendem que o programa oferece alternativas para trazer cuidados em saúde e diminuir o padrão de uso.

As ações que fizeram de Itajaí um destaque nacional no combate ao vírus, segundo a prefeitura, envolviam de abordagens "não estigmatizantes", que reconhecem a autonomia de cada indivíduo para fazer suas próprias escolhas, até entrega de kits com seringa, algodão e pote para diluição em pontos de uso de drogas.

Alguns bares e postos de gasolina conveniados recebiam descarte de produtos usados e ofereciam novos utensílios.

O objetivo, conforme o município, era fornecer equipamentos novos em troca dos usados para evitar a reutilização ou compartilhamentos, evitando a disseminação de HIV entre usuários.

Coordenada pela médica infectologista Rosalie Knoll, a abordagem à população era "não excludente, sigilosa e baseada na confiança". Ela conta que a implantação do programa foi discutida com sociedade, judiciário, Ministério Público e outras entidades.

Segundo a prefeitura, mais de 54% da população com HIV no município fazia uso de substâncias injetáveis em 1998. Após alguns anos da criação, o município inverteu a ordem de transmissão do vírus, e as drogas deixaram de ser o principal meio de contágio da doença.


Equipe de redutores de danos em 2002, durante treinamento — Foto: Roseli Junkes/ Arquivo Pessoal


Professora do departamento de psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Daniela Ribeiro Schneider destaca que Itajaí, município portuário que recebe pessoas do mundo inteiro, foi uma cidade modelo pelo trabalho em redução de danos e prevenção à Aids naquela década.

Por g1 sc
Mulher de 70 anos passa por parto de gêmeos e declara: ‘era meu sonho’ Anterior

Mulher de 70 anos passa por parto de gêmeos e declara: ‘era meu sonho’

Casos de sífilis e de HIV/aids aumentam entre homens jovens Próximo

Casos de sífilis e de HIV/aids aumentam entre homens jovens

Deixe seu comentário