Encontro de Surdos reforça debate e chama atenção para inclusão, em Laguna
-
- Foto: Divulgação/Alpas Laguna
Evento aconteceu no último sábado (30)
Laguna sediou ao longo do sábado, 30, a quinta edição do Encontro de Surdos, um evento que voltou a acontecer com objetivo de chamar atenção para a inclusão da comunidade surda e fomentar o debate para a ampliação e efetivação das políticas públicas em prol desse objetivo.
O resultado do encontro é avaliado como positivo pela Associação Lagunense de Pais e Amigos dos Surdos (Alpas), que vê a realização como um passo, ainda que simples, na tarefa de jogar uma luz para a causa.
“Que assim as autoridades passem a entender que nós surdos somos cidadãos, somos humanos e temos direitos iguais a qualquer outra pessoa”, comenta a presidente da entidade, Crisiane Bez Batti, ex-diretora de de Políticas de Educação Bilíngue de Surdos da Secretaria de. Modalidades Especializadas do Ministério da Educação (MEC).
Ao longo do dia, o evento contou com palestras de professores e doutores especializados na área da inclusão e, para facilitar a compreensão para todos os públicos, todo o conteúdo foi realizado com apoio de intérpretes. Cristiane reforça que encontros como esse mostram à sociedade “que os surdos existem”. “A gente traz surdos doutores, mestrandos ou pós-doutorados para serem uma referência que isso [a inclusão] é possível”, destaca.
Uma das palestrantes foi a doutora Marianne Stumpf, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
“Quando a gente fala o que conseguimos temos a base da lei, se não tem lei, eles são excluídos. A Constituição diz que toda criança tem acesso à educação, mas não é assim que funciona. A sociedade não está pronta, falta muito ainda”, aponta a especialista.
Para Marianne, romper essa barreira significa manter uma luta ativa na mesma linha defendida pela presidente da associação lagunense.
“Precisamos de uma política bilíngue, ter a opção de o surdo escolher o que ele quer fazer; hoje, ele é sempre obrigado a seguir o mesmo caminho. [Na escola] Não é só colocar uma intérprete de Libras, é preciso ter contato com outras crianças surdas, ter referência. São 3 mil crianças surdas em Laguna, segundo a Alpas, mas quantas destas sinalizam? Muitas nem sabem a língua de sinais, é um assunto muito grave”, alerta.
Por: AgoraLaguna
Deixe seu comentário