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Segurança

2° Testemunha: delegado reforça hipótese de agressão em depoimento no júri do caso Isadora

  • Imagem reprodução redes sociais - 2° Testemunha: delegado reforça hipótese de agressão em depoimento no júri do caso Isadora

Segunda testemunha relatou inconsistências na cena do crime e destacou laudo que aponta lesões compatíveis com ação de terceiro

A segunda testemunha ouvida no Tribunal do Júri, nesta quarta-feira (3), foi o delegado da Polícia Civil Juliano Baesso, que atuou na investigação ao lado do delegado Rafael Rampinelli no dia da ocorrência. Ele relatou que estava na delegacia pela manhã quando recebeu uma ligação do hospital, informando sobre a morte de uma jovem com suspeita de agressão em virtude de um sangramento.

Segundo Baesso, no hospital encontraram Paulo Odilon Xisto Filho. O delegado contou que, ao ser informado de que seria necessário ir até o apartamento, Paulo questionou sobre a necessidade de mandado de busca e apreensão, atitude que chamou a atenção dos investigadores pela resistência inicial. Logo depois, o acusado passou a colaborar.

No apartamento, os policiais encontraram medicamentos espalhados, a cama sem lençol e sinais que mais tarde foram confirmados com luminol como manchas de sangue. Dias depois, em nova busca autorizada pela Justiça, foram apreendidos ainda uma arma de fogo, munições. “O legista apontou que as lesões não poderiam ter sido causadas por drogas ou medicamentos, mas por ação de terceiro”, afirmou Baesso.

A causa da morte foi apontada como trauma abdominal, com rompimento da veia cava, lesão rara e compatível, segundo o delegado, com a hipótese de que a vítima tenha recebido socos ou chutes no abdômen.

Chegada dos Bombeiros

Os bombeiros foram acionados por volta das 6h com a informação de que uma mulher estaria convulsionando. Ao chegar, encontraram dificuldade para acessar o prédio porque Paulo teria fornecido a senha incorreta da portaria, sendo necessário que outra moradora abrisse o portão. No local, segundo os relatos, Isadora já apresentava sinais de frieza corporal e indícios de sangue "seco".

O delegado também relatou que testemunhas ouviram discussões e barulhos altos vindos do apartamento naquela madrugada. Segundo prints entregues por amigas da vítima, Isadora havia manifestado preocupação com o uso de drogas por parte de Paulo e relatado que pretendia voltar para Santa Maria, mas desistiu da viagem após o acusado insistir para que ficasse até o aniversário dele.

Outro ponto destacado foi a alteração da cena do crime: uma mulher próxima ao acusado admitiu ter retirado o lençol da cama para lavar antes da chegada da perícia, fato pelo qual responde por fraude processual.

Baesso ainda citou interceptações telefônicas em que familiares de Paulo relatavam comportamentos violentos do acusado, especialmente quando fazia uso de bebidas alcoólicas.

Durante o interrogatório da defesa, o delegado confirmou que Isadora não apresentava lesões típicas de defesa e destacou que o horário de óbito da vítima, segundo prontuário do hospital, seria 9h45, após ela ter sido atendida no hospital. Também ressaltou que a retirada do lençol não foi feita a pedido de Paulo, mas por decisão da terceira pessoa envolvida.

Relembre o caso

Em maio de 2018, a modelo Isadora Vianna Costa, de 22 anos, morreu em um apartamento em Imbituba, onde estava com o namorado, Paulo Odilon Xisto Filho. O Ministério Público acusa Paulo de homicídio triplamente qualificado, incluindo feminicídio, enquanto a defesa sustenta que a morte teria sido causada por overdose acidental de drogas. O caso chega ao Tribunal do Júri sete anos após o ocorrido.

O júri segue nesta quarta-feira (3) com novas oitivas e terá continuidade também na quinta-feira (4), com cobertura completa do RSC Portal diretamente do fórum de Imbituba.

Por Redação RSC

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