Apuração busca esclarecer riscos sanitários e possíveis violações aos direitos do consumidor após modelo relatar necrose causada por uso de caneta pressurizada

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) abriu uma investigação para apurar a atuação de Vanderléia de Fátima Andrade Santos, profissional responsável por um procedimento estético realizado em uma modelo que acabou sofrendo necrose. O caso ocorreu em uma clínica de Jaraguá do Sul, no Norte do estado, e foi inicialmente comunicado à Vigilância Sanitária do município.

De acordo com o relatório da Vigilância, os serviços oferecidos pela profissional eram realizados sem alvará sanitário, sem comprovação de habilitação técnica e em condições de higiene inadequadas. O procedimento em questão utilizou uma caneta pressurizada para aplicação de enzimas, método que, segundo especialistas, apresenta riscos quando não é conduzido por profissionais habilitados.

O MPSC informou que o objetivo da apuração é verificar se há risco sanitário à população, exercício irregular de atividades exclusivas da área da saúde e violações aos direitos dos consumidores. A Vigilância Sanitária interditou a clínica em julho, mas, em vistorias recentes, constatou que a profissional segue atuando com serviços de massagem e drenagem linfática.

O Ministério Público solicitou novos esclarecimentos sobre o uso da caneta pressurizada e a origem dos equipamentos. Também será investigado se a profissional continua oferecendo atendimentos não autorizados.

Enquanto isso, a modelo Karim Kamada, que denunciou o caso, ainda se recupera das lesões provocadas pelo procedimento. Ela relatou ter passado por duas cirurgias para tratar os danos e afirma que o tratamento comprometeu sua carreira. “Ainda tenho feridas e sigo com acompanhamento médico. Foi um erro que mudou minha rotina e meu trabalho”, disse.

A defesa de Vanderléia de Fátima Andrade Santos preferiu não se manifestar sobre o caso. A investigação do MPSC segue em andamento.

Por Redação RSC

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