Bebê dado como morto chora dentro do caixão durante sepultamento
Por Cheilla Borges
Há um tempo, o 7 de setembro era um feriado com cheiro de naftalina das fardas guardadas, o barulho ritmado dos tambores e o brilho dos instrumentos de sopro. Lembro-me de uma época em que as crianças mal conseguiam dormir na noite anterior, a ansiedade se misturando à expectativa de marchar em poucos passos pela avenida. Era a chance de se sentir parte de algo grande, de uma comunidade que se unia para celebrar a história. As famílias, com cadeiras na plateia, disputavam os melhores lugares para assistir aos desfiles.
Não importava se você era o primeiro ou o último da fila. Todos, uniformizados e com os corações em festa, marchavam com o mesmo entusiasmo. Era uma celebração da nação, sem política, apenas a alegria de ser brasileiro. Os pais apontavam com orgulho para seus filhos, e os aplausos eram de encher os olhos de afeto. Tudo era registrado com fotos comuns, tempos fora das redes sociais, para assistir e celebrar. O 7 de setembro era esperança, renovação de fé ao nosso país e nos valores que ele representava.
Hoje, esse cenário mudou, não que seja ruim a modernização, deixando bem claro é bem vinda. Os desfiles, na minha opinião, tão aclamados, perderam a força e a popularidade. A empolgação, aquela vontade com friozinho na barriga, eu digo isto pois marchei inúmeras vezes. Mas, em vez de lamentar a mudança, talvez seja o momento de resgatar o que realmente importa. A essência do 7 de setembro nunca esteve somente nas fardas ou nas paradas militares, mas no sentimento de união.
Afinal, a independência não se celebra apenas com desfiles. Ela se manifesta em cada ação que constrói um futuro melhor. Um futuro onde os cidadãos, como nos velhos tempos, caminham juntos, não para marchar, mas para construir uma nação mais justa. Talvez seja o momento de transformar este dia, em um dia de solidariedade, empatia e esperança. A data pode ser uma oportunidade para ensinar às novas gerações que o patriotismo não se limita a um desfile, mas reside no cuidado com o outro, no respeito à diversidade e no desejo de um país melhor para todos.
Em vez de olhar com nostalgia para o que foi, por que não olharmos com otimismo para o que podemos ser? Que venha este grande dia 7 de setembro. Nos encontramos neste domingo, e tenham todos um excelente desfile. Saudações!

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