Bebê dado como morto chora dentro do caixão durante sepultamento
Renildo Pioneiro: Do Sutra ao Papel: os primeiros passos da imprensa
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- Renildo Pioneiro: Do Sutra ao Papel: os primeiros passos da imprensa
Por Renildo Pioneiro
A história da humanidade é marcada por conquistas que mudaram para sempre o rumo do conhecimento. Muito antes de Gutenberg revolucionar a Europa com sua Bíblia impressa em 1452, os chineses já haviam desenvolvido técnicas de impressão capazes de multiplicar ideias e textos sagrados, como o famoso Sutra do Diamante, de 868 d.C. Esses marcos mostram que o pioneirismo não pertence a um único povo ou época, mas nasce em diferentes lugares, sempre com o mesmo propósito: tornar o saber acessível e semear transformações profundas na sociedade.
Nesta coluna, vamos resgatar episódios que abriram caminhos, inspiraram gerações e moldaram o mundo em que vivemos. Afinal, compreender o pioneirismo é também entender as raízes do nosso presente.
A Bíblia de Gutenberg, publicada por volta de 1452, é considerada o primeiro grande livro impresso com tipos móveis na Europa e o marco inicial da imprensa moderna. Produzida em Mainz, na Alemanha, por Johannes Gutenberg, ela revolucionou a forma de difundir o conhecimento, tornando a reprodução de livros mais rápida e acessível em comparação ao trabalho manual dos copistas medievais. A obra, em latim e com 42 linhas por página, não apenas representou um avanço tecnológico, mas também um divisor de águas cultural, abrindo caminho para a expansão das ideias humanistas, científicas e religiosas que moldariam o Renascimento.
Entretanto, muito antes de Gutenberg, a China já havia desenvolvido técnicas de impressão. Desde o século IX, os chineses produziam livros com blocos de madeira entalhados (a xilogravura), o que permitia a reprodução em larga escala. Mais tarde, no século XI, o artesão Bi Sheng criou um sistema de tipos móveis feitos de argila, embora esse método não tenha se difundido tanto devido à complexidade da língua chinesa, que exige milhares de caracteres. Entre as obras mais antigas preservadas está o "Sutra do Diamante", impresso em 868 d.C., considerado o livro impresso completo mais antigo do mundo.
Assim, a Bíblia de Gutenberg é vista como a primeira grande publicação da imprensa ocidental moderna, enquanto a tradição chinesa demonstra que a ideia de multiplicar o saber por meio da impressão já florescia no Oriente séculos antes. Ambas as experiências, cada uma em seu tempo e contexto, foram fundamentais para transformar a história da leitura e do conhecimento humano.

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