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EUA afirmam ter atacado barco na costa da Venezuela e matado quatro pessoas
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Imagem Win McNamee/Getty Images - EUA afirmam ter atacado barco na costa da Venezuela e matado quatro pessoas
Governo Trump declara “conflito armado” contra cartéis de drogas, levantando dúvidas sobre legalidade das ações; É possível que o PCC e o Comando Vermelho sejam classificadas como terroristas nos próximos meses
Os Estados Unidos afirmaram nesta sexta-feira (3) ter realizado um ataque em águas internacionais próximas à costa da Venezuela, deixando quatro mortos. Segundo o governo americano, o barco transportava grandes quantidades de drogas e os ocupantes seriam “narcoterroristas”. Este foi o quarto ataque do tipo na região caribenha em menos de dois meses.
A ação ocorre um dia após a divulgação de um memorando confidencial que revelou que o presidente Donald Trump classificou oficialmente a guerra contra o narcotráfico como um “conflito armado não internacional”. O documento, enviado ao Congresso americano, autoriza o uso das Forças Armadas contra cartéis de drogas, concedendo ao governo poderes semelhantes aos aplicados em tempos de guerra.
Países como Venezuela e Colômbia condenaram os ataques, apontando possível violação do direito internacional. Especialistas em direitos humanos afirmam que as ações podem configurar “execuções extrajudiciais”, já que não há comprovação de que as embarcações representavam ameaça direta. Até o momento, os EUA não divulgaram evidências sobre o suposto carregamento de drogas nem a identidade das vítimas.
O governo Trump sustenta que os cartéis são “organizações terroristas” e justifica as operações como legítima defesa. Analistas apontam, no entanto, que a medida pode ampliar os poderes presidenciais e abrir espaço para novas intervenções militares no Caribe e na América Latina. Há inclusive a possibilidade de que facções brasileiras, como o PCC e o Comando Vermelho, passem a ser classificadas como terroristas nos próximos meses.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o avanço militar americano na região. “A presença de forças armadas da maior potência do mundo no Mar do Caribe é fator de tensão incompatível com a vocação pacífica da região”, afirmou o brasileiro em encontro virtual do Brics.
Por Redação RSC, com informações BBC
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