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Violência ainda presente: quase 1 em cada 3 cuidadores admite bater em crianças pequenas
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Imagem 123RF - Violência ainda presente: quase 1 em cada 3 cuidadores admite bater em crianças pequenas
Mesmo com lei em vigor desde 2014, punições físicas continuam sendo vistas como disciplina por parte dos cuidadores. Estudo também revela desinformação sobre importância da primeira infância
Apesar da proibição legal, métodos como palmadas e beliscões continuam sendo usados por quase 30% das pessoas responsáveis por crianças de até seis anos no Brasil. Os dados foram revelados pela pesquisa Panorama da Primeira Infância, divulgada nesta segunda-feira (4) pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, em parceria com o Instituto Datafolha.
O estudo entrevistou mais de duas mil pessoas em diferentes regiões do país, sendo 822 delas diretamente responsáveis por crianças na primeira infância. O levantamento aponta que 13% dos entrevistados admitem recorrer frequentemente a castigos físicos, mesmo diante da existência da chamada “Lei da Palmada”, em vigor desde 2014.
Além disso, 17% acreditam que bater é uma forma eficaz de disciplinar. No entanto, especialistas alertam: essa prática pode causar sérios danos emocionais, como ansiedade, agressividade e baixa autoestima.
“Existe um padrão cultural de violência que ainda é muito aceito. A criança continua sendo vista como inferior”, lamenta Mariana Luz, diretora da fundação responsável pelo estudo. Para ela, o discurso “apanhei e estou aqui” perpetua comportamentos violentos que não educam.
Outro dado que preocupa é o desconhecimento sobre a importância da primeira infância. Quase 85% dos entrevistados não souberam identificar essa fase como a mais relevante para o desenvolvimento humano. Apenas 2% acertaram o intervalo correto – do nascimento aos seis anos.
Ainda segundo a pesquisa, gritar ou brigar com a criança é uma atitude comum para 14% dos cuidadores. Por outro lado, práticas positivas como conversar e explicar o erro foram apontadas por 96% dos entrevistados como estratégias adotadas na rotina.
A pesquisa também chama atenção para o tempo de exposição às telas. Crianças nessa faixa etária passam, em média, duas horas por dia em frente a televisores, celulares ou tablets – número considerado alto por entidades pediátricas.
A Fundação reforça que é papel do Estado, da família e da sociedade garantir condições adequadas para o desenvolvimento pleno das crianças, incluindo acesso à educação infantil e ambientes seguros para brincar.
Por Redação RSC
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