Dados da Anvisa apontam Santa Catarina entre os cinco estados com mais registros de eventos adversos envolvendo crianças

Bebês recém-nascidos são as principais vítimas de falhas na assistência à saúde em Santa Catarina, segundo dados da Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Sobrasp), com base em levantamentos da Anvisa. Entre 1º de janeiro e 14 de dezembro de 2025, o estado registrou 2.799 ocorrências adversas envolvendo crianças de até 11 anos.

Santa Catarina aparece entre os cinco estados brasileiros com mais notificações desse tipo no período, atrás apenas de Minas Gerais (9.745), São Paulo (7.289), Paraná (3.046) e Bahia (2.859).

A maior parte dos registros envolve recém-nascidos com até 28 dias de vida, que somaram 1.101 ocorrências. Em seguida aparecem crianças entre 29 dias e um ano (973 casos), de cinco a 11 anos (404) e de dois a cinco anos (321).

Em nível nacional, foram contabilizadas 459.746 falhas na assistência à saúde em serviços públicos e privados em 2025. Desse total, 47.853 envolveram crianças de 0 a 11 anos. O número representa um aumento em relação a 2024, quando foram registradas 43.944 ocorrências nessa faixa etária. A Sobrasp alerta que os dados podem estar subnotificados.

De acordo com a entidade, falhas de comunicação entre profissionais de saúde e familiares estão entre as principais causas dos eventos adversos em hospitais, além da baixa participação do paciente no próprio cuidado. Esses problemas podem resultar em danos como lesões por pressão, quedas e administração incorreta de medicamentos.

Para a presidente da Sobrasp, Paola Andreoli, a participação ativa de pacientes e familiares é fundamental para reduzir riscos. A orientação segue as diretrizes do Plano Global de Segurança do Paciente 2021–2030, da Organização Mundial da Saúde (OMS), que defende o envolvimento da família como estratégia central para um cuidado mais seguro.

SES avalia aumento de notificações como avanço

A Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina (SES) avaliou de forma positiva o aumento no número de notificações, destacando que o crescimento reflete o fortalecimento da cultura de segurança do paciente. Segundo a pasta, os dados representam números absolutos e devem ser analisados com cautela.

A SES reforça que o estado segue as diretrizes da Política Nacional de Segurança do Paciente, com ações como capacitação contínua de profissionais, fortalecimento dos Núcleos de Segurança do Paciente, incentivo à notificação de eventos adversos e análise sistemática dos registros para prevenção de novas ocorrências.

Por Redação RSC, com informações do NDmais

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