Operadoras de apostas legalizadas estão colaborando com o governo para bloquear as transações

O governo federal iniciou o bloqueio do uso dos cartões do Bolsa Família para o pagamento de apostas esportivas, anunciou nesta semana o ministro do Desenvolvimento, Assistência Social e Combate à Fome, Wellington Dias. A medida ocorre em paralelo à antecipação da proibição do uso de cartões de crédito para o pagamento em sites de apostas eletrônicas. 

Segundo Dias, o bloqueio busca evitar um uso indevido dos recursos do programa e será implementado pela Caixa Econômica Federal, com a definição de um limite zero para transações com casas de apostas.  

“Estamos garantindo que a regra seja geral para todos os cartões, tanto de crédito quanto do Bolsa Família. Assim, evitamos preconceitos específicos e tratamos todos de forma igual”, declarou o ministro, ressaltando que o cartão do Bolsa Família deve ser usado apenas para necessidades essenciais, como alimentação. Ele também destacou que operadoras de apostas legalizadas estão colaborando com o governo para bloquear as transações.  

Wellington Dias demonstrou preocupação com a estigmatização dos beneficiários do Bolsa Família, após um levantamento do Banco Central apontar que cerca de 5 milhões de beneficiários gastaram R$3 bilhões em apostas somente em agosto. 

O ministro ressaltou que, proporcionalmente, apenas 1,4% dos usuários do Bolsa Família utilizaram o cartão para essas transações, enquanto 52% da população geral participa de jogos de apostas. “Não podemos demonizar o público do Bolsa Família. A proporção de pessoas que jogam é menor entre os beneficiários do programa do que no restante da população”, explicou Dias.

Operação contra sites irregulares

Além das restrições para o uso de cartões, o governo intensificou as ações contra sites irregulares de apostas. A Anatel iniciou, no último dia 11, a desativação de mais de 2.000 sites ilegais, além de notificar cerca de 21 mil empresas de telecomunicações para bloquearem o acesso a essas páginas.

Atualmente, 98 empresas têm autorização para operar 215 plataformas de apostas legalizadas no Brasil, enquanto outras 26 operam regionalmente. O governo mantém o diálogo com as empresas e espera concluir a implementação das restrições "o mais cedo possível".  

A medida integra os esforços do governo para garantir o uso adequado dos recursos públicos e reforçar a regulamentação do setor de apostas, evitando impactos negativos sobre os programas sociais. 

Por Redação RSC, com informações da Agência Brasil