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Saúde

CEREM IMBITUBA; usuárias do Centro de Referência da Saúde da Mulher clamam por respostas

  • - Bárbara, Zenaide, Maria de Fátima, Marli e Bethânia realizaram fortes depoimentos ao vivo no programa da Rádio 89.3 FM, Jornal da 89. - Foto: Vítor Fernandes/RSC Portal

CEREM era conhecido por ser referência no atendimento humanizado, hoje o espaço físico e algumas funcionalidades, estão inativas

O Centro de Referência da Saúde da Mulher (CEREM) foi idealizado e criado, em Imbituba, no ano de 2008 e, desde então, vem sendo considerado uma referência no atendimento especializado para mulheres, pacientes oncológicas, gestantes e, em determinados casos, homens. No entanto, essa realidade está sendo alterada e as diversas usuárias do centro sentem que estão sendo deixadas de lado com este novo formato. 

Nesta quinta-feira (11), a redação do RSC Portal acompanhou cinco mulheres em busca de melhorias para o CEREM, ou melhor, para que ele volte a ser o que sempre foi desde sua criação, uma referência. Bárbara, Zenaide, Maria de Fátima, Marli e Bethânia realizaram fortes depoimentos ao vivo no programa da Rádio 89.3 FM, Jornal da 89. Com a apresentação de Arenilton Carvalho e intermédio de João Moraes clamaram por respostas já que, de acordo com as mesmas, estão há meses sem obter uma resposta clara da Secretaria de Saúde da cidade. 

Entenda a situação do CEREM

Desde 2008, o CEREM realiza um atendimento diferenciado e especial. Diversas prefeituras pelo país utilizaram o centro como referência para a criação dos seus próprios. De acordo com diversos relatos, o CEREM possuía um atendimento considerado excelente, humanizado e com profissionais capacitados. Além de, até então, ter um local adequado para atender diversos casos e especialidades. 

Em 2023, tudo mudou quando a sede do Centro de Referência foi realocada para uma casa inadequada para o atendimento. As informações dadas pelas usuárias são de que o local não possui a adequação necessária para um atendimento médico especializado. Além disso, com a reforma da Policlínica Municipal, o CEREM acaba por se tornar apenas mais um setor dentro daquele espaço, perdendo toda sua essência de atendimento.

Zenaide virou usuária do CEREM ao perder marido e mãe. - Foto: Vítor Fernandes/RSC Portal


“Nós queremos o acolhimento necessário”, disse Zenaide, ao contar sobre sua experiência com o CEREM. Zenaide chegou ao CEREM com depressão e duas grandes perdas. Seu marido e mãe haviam falecido. O único fator que a ajudou a se reerguer foi o acolhimento no centro. “O yoga me trouxe alegria”, diz a usuária. Ela e as colegas se encontravam três vezes na semana e, de acordo com a mesma, alguns entravam com dores e dificuldades no grupo e, quando o ano acabava, elas estavam bem. 

“Simplesmente, nós estávamos em casa e recebemos um recado dizendo que não teria mais o yoga”

Maria de Fátima descobriu o câncer em 2016. Recebeu todo o acolhimento e imediatamente recebeu a biópsia. “A gente precisa muito desse acolhimento e não tem como isso ser tirado da gente”, expressou a usuária. Já Marli, possui uma perspectiva diferente das outras mulheres, ela foi estagiária e funcionária do centro. Segundo seu ponto de vista, fazer parte do corpo profissional do CEREM contribui muito para o aprendizado na questão humana e a entristece ver pacientes e usuárias serem tratadas de uma maneira contrária de quando ela fez parte da equipe.

Marli já foi funcionária do CEREM e compartilha seu ponto de vista para os ouvintes da Rádio 89.3 FM. - Foto: Vítor Fernanes/RSC Portal


Bárbara também é paciente oncológica e fala sobre o trabalho da ex-coordenadora, Marília Mendonça. “Entre cada mulher, cada homem, Marília é unânime, devido ao carinho que ela tem por cada pessoa, por fazer muito além do trabalho dela. Marília não chega no trabalho e senta numa cadeira e cumpre horário para assinar papel. Ela senta para fazer um trabalho social”, disse.

Marília foi retirada do cargo e, ao ser questionado o motivo, o Secretário de Saúde de Imbituba, Emanuel Matos, disse que a decisão foi feita por “questões técnicas”.

Bárbara durante seu depoimento. - Foto: Vítor Fernandes/RSC Portal


“Como que você tira uma pessoa unânime, de um cargo que ela acolhia todas nós. Como você tira uma pessoa que faz bem para o município, simplesmente dessa forma?”, questionou Bárbara.

Bethânia, usuária do CEREM há 10 anos, falou sobre como o Centro de Referência é protegido por lei federal. 

Conforme a Lei Complementar Nº 3478, de 16 de abril de 2009, Art. 3º: O CEREM tem como objetivo dar apoio e promover o atendimento integral à saúde das mulheres residentes no município de Imbituba e resgatando a cidadania das mesmas.

Porém, diminuir a ação do CEREM, que possuía uma sede adequada e que comportava as necessidades, para um local que seria o oposto disso, é promover o atendimento integral à saúde das mulheres? 

O questionamento é: será que essa decisão, que por sua vez pode ter diversos motivos técnicos e até financeiros, continuará resgatando a cidadania das mulheres usuárias do Centro de Referência da Saúde da Mulher?

É importante destacar que as mulheres não reclamam ou acham que o atendimento do local seja precário. Pelo contrário, todos os profissionais presentes dentro do CEREM são capacitados, competentes e habilitados para o serviço. Entretanto, para que o trabalho seja realizado em sua máxima capacidade, é necessário adequação física do local com equipamentos e espaço.

Por Vítor Fernandes e Redação RSC
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