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Pioneirismo

Coluna #6: Pioneirismo na Medicina e na Politica...

  • - Coluna #6: Pioneirismo na Medicina e na Politica...

Renildo Pioneiro

Nesta semana, o pioneirismo se apresenta em duas dimensões muito diferentes, mas igualmente marcantes: de um lado, a esperança renovada pela ciência, com o primeiro bebê do mundo a receber uma edição genética personalizada para tratar uma doença até então incurável; do outro, um marco curioso e simbólico da política brasileira — a primeira cassação de um deputado por quebra de decoro parlamentar, em 1949. Ambos os episódios, separados por mais de sete décadas, mostram como o "ser o primeiro" pode ter impactos profundos — seja abrindo caminhos para o avanço da medicina ou estabelecendo os limites da ética pública. Nesta coluna, refletimos sobre esses momentos que, à sua maneira, ajudaram a moldar o presente:

Edição Pioneira de DNA...

KJ Muldoon, um bebê de nove meses com uma rara e grave condição metabólica chamada deficiência de carbamoil-fosfato sintetase (CPS1), tornou-se o primeiro paciente do mundo a receber uma terapia genética personalizada que editou seu DNA. A doença, causada por uma mutação genética, impede o corpo de processar amônia, levando a sintomas severos logo após o nascimento.

Inicialmente, o bebê foi submetido a diálise para remover o excesso de amônia do corpo, enquanto os médicos avaliavam alternativas. Um transplante seria uma opção, mas os riscos eram altos devido à idade e fragilidade do paciente.
Diante disso, especialistas do Children’s Hospital of Philadelphia e da Universidade da Pensilvânia decidiram aplicar uma terapia experimental baseada na tecnologia CRISPR-Cas9 — conhecida como "tesouras moleculares" — que permite corrigir o DNA defeituoso. O procedimento representa um avanço promissor para o tratamento de outras doenças genéticas incuráveis.

O primeiro deputado cassado da história da Câmara dos Deputados do Brasil foi Edmundo Barreto Pinto, em 27 de maio de 1949, por quebra de decoro parlamentar.
Edmundo Barreto Pinto era um deputado federal eleito pelo Distrito Federal (na época, o Rio de Janeiro). Ele ficou conhecido por seu comportamento excêntrico e por atitudes consideradas incompatíveis com o cargo parlamentar.

O motivo central da cassação foi uma reportagem publicada na revista "O Cruzeiro", em que o deputado foi fotografado em trajes íntimos (usando apenas ceroulas) enquanto posava de forma considerada "inadequada" em seu apartamento funcional. As imagens causaram enorme repercussão negativa e escândalo à época.
Embora pareça trivial hoje, o episódio gerou debate sobre os limites da ética e do decoro parlamentar. A exposição pública do deputado dessa forma foi considerada uma afronta à dignidade do Congresso, levando à abertura de um processo que culminou na sua cassação por quebra de decoro, um conceito que estava sendo colocado em prática pela primeira vez na história da Casa.

Importância histórica:
• A cassação de Edmundo Barreto Pinto foi a primeira registrada no Brasil com base em "decoro parlamentar", conceito que posteriormente ganharia peso em diversos julgamentos no Legislativo.
• O caso abriu precedentes para que a conduta ética dos parlamentares passasse a ser observada com mais rigor, mesmo fora do plenário.
• Também marcou o início da vigilância da imprensa sobre o comportamento pessoal dos políticos.

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