PIX entra na mira de Trump e vira alvo de investigação comercial dos EUA
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Ofensiva dos Estados Unidos estaria relacionada à concorrência com empresas americanas e ao avanço do sistema brasileiro no cenário global
PIX entra na mira de Trump e vira alvo de investigação comercial dos EUA
Ofensiva dos Estados Unidos estaria relacionada à concorrência com empresas americanas e ao avanço do sistema brasileiro no cenário global
O sistema brasileiro de pagamentos instantâneos, o PIX, virou alvo de uma investigação comercial aberta pelo governo dos Estados Unidos. O processo, iniciado a pedido do presidente Donald Trump, cita práticas supostamente desleais envolvendo serviços de pagamento eletrônico oferecidos por Estados estrangeiros — o que inclui o modelo adotado pelo Banco Central do Brasil.
Embora o nome do PIX não tenha sido mencionado diretamente no documento, especialistas indicam que o foco da ofensiva é claro. A gratuidade para pessoas físicas, o baixo custo para empresas e o crescimento acelerado do sistema brasileiro colocam o PIX em rota de colisão com gigantes como Visa, Mastercard e até com o sistema SWIFT, tradicionalmente utilizado em transações internacionais.
Além disso, o avanço do PIX Internacional e o interesse do grupo BRICS por alternativas ao dólar acenderam o alerta em Washington. Para analistas, o sucesso do modelo brasileiro incomoda por representar uma solução estatal funcional e acessível — justamente em um setor dominado por grandes corporações americanas.
“É um modelo que inspira outros países e desafia o domínio de empresas privadas dos EUA”, avalia Pedro Ramos, do RegLab. Segundo ele, os Estados Unidos têm um histórico de contestar políticas públicas similares, como já ocorreu na Indonésia, China e Índia.
Outro ponto de tensão envolve o embate com big techs. Empresas como Google e Meta, que operam serviços de pagamento digital, têm enfrentado regulações mais rígidas no Brasil, inclusive com suspensão de funcionalidades em anos anteriores. A pressão política de Trump nesse campo também pode ter influenciado a abertura do processo.
Apesar do tom da investigação, economistas afirmam que não há fundamento técnico que desabone o PIX. “Não há prática desleal. É um sistema eficiente, competitivo e que coexistiu com outras formas de pagamento desde sua criação”, explica Jorge Santos Filho, da ESPM.
Lançado em 2020, o PIX já movimentou mais de R$ 26 trilhões apenas em 2024 e tornou-se um dos principais exemplos de inclusão financeira no país.
_Por Redação RSC_
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