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Política

Câmara de Imbituba aceita denúncia contra vereador Ronaldinho e abre processo de cassação

  • Imagem retirada do Youtube/canal oficial da Câmara de Vereadores de Imbituba - Câmara de Imbituba aceita denúncia contra vereador Ronaldinho e abre processo de cassação

Ronaldinho manifestou sua indignação e classificou a denúncia como “perseguição política”

A Câmara de Vereadores de Imbituba acatou, durante a sessão ordinária desta segunda-feira (3), uma denúncia contra o vereador Ronaldo Gonçalves Junior, conhecido como Ronaldinho (MDB). O pedido, apresentado pelo professor Luiz Vieira, aponta suposto envolvimento do parlamentar em um esquema de corrupção na Prefeitura e pode resultar na perda de seu mandato.  

A denúncia foi protocolada momentos antes do início da sessão, o que gerou debates sobre o tempo disponível para análise do documento. Apesar das controvérsias, a admissibilidade da denúncia foi aprovada, seguindo os trâmites legais estabelecidos pelo artigo 79, inciso III, do Decreto-Lei 201/67.  

A sessão durou cerca de quatro horas e foi marcada por polêmicas. Um dos principais pontos de tensão foi a convocação do suplente Valdir Rodrigues para votar no lugar de Ronaldinho, impedido de participar da decisão. Se a cassação for confirmada, Valdir, primeiro suplente do MDB, é quem assumirá a vaga. 

 “É inadmissível que alguém diretamente interessado na minha saída tenha sido chamado para votar contra mim. Isso compromete a imparcialidade do julgamento”, comentou Ronaldinho.  

A votação foi apertada e terminou empatada, sendo decidida pelo presidente da Câmara, Matheus Pereira, que votou a favor da abertura do processo. 

  • Contra o pedido de cassação: Bruno Pacheco, Eduardo Faustina, Elísio Sgrott, Henrique Mello, Humberto dos Santos e Teko de Souza
  • A favor do pedido: Paulo 7, Matheus Gelinski, Darlan Back, Rafael Mello, Thiago Rosa, Valdir Rodrigues e Matheus Pereira.  

Investigações e acusações 

Ronaldinho, que recebeu 1.156 votos nas eleições de 2024, tornou-se alvo da denúncia no contexto da “Operação Castelo de Areia”, uma investigação da Polícia Civil sobre irregularidades na licitação e distribuição de saibro pela Prefeitura de Imbituba. Antes de assumir o cargo de vereador, ele foi secretário municipal de Infraestrutura e teve sua residência alvo de um mandado de busca e apreensão durante as investigações.  

O inquérito resultou na denúncia de três pessoas pelo Ministério Público: dois empresários de Garopaba, que chegaram a ser presos preventivamente, e o sucessor de Ronaldinho na secretaria. O parlamentar, no entanto, não foi indiciado formalmente.  

Diante da abertura do processo, Ronaldinho manifestou sua indignação e classificou a denúncia como “perseguição política”. Ele argumentou que, na época em que ocupava o cargo de secretário, não havia sequer um contrato firmado relacionado à investigação.  

Próximos passos  

Com a aceitação da denúncia, foi formada uma Comissão Processante que conduzirá a apuração dos fatos. O grupo será composto pelos vereadores Matheus Gelinski (presidente), Elísio Sgrott (relator) e Teko de Souza (membro).  

O próximo passo será a notificação oficial de Ronaldinho, que terá um prazo de 10 dias para apresentar sua defesa. A comissão terá até 90 dias para concluir as investigações e emitir um parecer, que pode levar à votação para decidir sobre a cassação do mandato.  

“Tomarei todas as medidas necessárias para comprovar minha inocência e reverter esse erro cometido pela Casa”, afirmou o vereador.  

Por Redação RSC

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