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Taxação dos EUA começa a afetar exportações brasileiras e acende alerta no setor produtivo
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Imagem iStock - Taxação dos EUA começa a afetar exportações brasileiras e acende alerta no setor produtivo
Medida imposta por Trump provoca perdas imediatas no setor de pescados e pressiona governo Lula a adotar contramedidas
Produtores brasileiros já enfrentam os primeiros impactos da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre as exportações nacionais. A medida, anunciada pelo presidente Donald Trump e com início marcado para 1º de agosto, tem gerado apreensão em diversos segmentos. No setor de pescados, os efeitos foram quase imediatos: 58 contêineres com cerca de 1.160 toneladas de produtos perderam os compradores e devem retornar ao Brasil.
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca), os clientes americanos cancelaram pedidos que seriam entregues justamente quando a nova tarifa já estaria em vigor. Os mais atingidos, de acordo com o diretor executivo da entidade, Jairo Gund, são os produtores artesanais, especialmente os que trabalham com lagosta, espécie exportada majoritariamente por comunidades tradicionais.
A Abipesca participa, nesta terça-feira (15), de uma reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin para tentar adiar a aplicação da tarifa em até 90 dias ou negociar a exclusão dos pescados da lista de produtos afetados. O argumento principal é que os pescados brasileiros representam menos de 1% das importações norte-americanas do setor, mas o impacto para o Brasil seria desproporcional.
Enquanto isso, citricultores e exportadores de café acompanham com cautela. Antonio Carlos Simonetti, da Câmara Setorial da Citricultura de São Paulo, pede paciência até que o governo brasileiro avance nas negociações. Já o Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé) está envolvido em uma série de encontros com o governo e entidades para avaliar os riscos e traçar estratégias.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também se manifestou, afirmando que a medida coloca em risco a segurança jurídica dos contratos de longo prazo, afetando investimentos em ambos os países. Para a entidade, é necessário equilíbrio diplomático, mas também firmeza para defender os interesses nacionais.
Em resposta, o governo Lula criou o Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, que terá como missão ouvir empresários, avaliar danos e aplicar a recém-sancionada Lei de Reciprocidade Econômica. O decreto de regulamentação da lei deve ser publicado ainda nesta terça-feira.
Com a primeira reunião agendada com representantes da indústria e outra com o agronegócio no mesmo dia, o governo corre contra o tempo para encontrar soluções que evitem prejuízos maiores aos setores afetados e garantam competitividade às exportações brasileiras.
Por Redação RSC
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