logo RCN
Saúde

Campanha no Paes Leme incentiva diálogo sobre a doação de órgãos em Imbituba

  • Foto Divulgação - Campanha no Paes Leme incentiva diálogo sobre a doação de órgãos em Imbituba

Iniciativa da equipe de saúde busca esclarecer mitos e sensibilizar famílias para que conversem sobre o tema

Uma reportagem que retratava a dor e, ao mesmo tempo, a esperança de uma família de Chapecó inspirou a enfermeira Eloá Cassaro, do posto de saúde do Paes Leme, em Imbituba. Depois de viver pessoalmente a experiência da doação de órgãos de um familiar, ela decidiu transformar o luto em solidariedade e dar início a uma campanha de conscientização na comunidade.

A iniciativa, realizada em parceria com a médica Cíntia de Souza Borges, tem como objetivo aproximar o tema da população e estimular o diálogo entre familiares, já que no Brasil a decisão final sobre a doação de órgãos cabe sempre à família do paciente.

Segundo Eloá, a motivação veio do desejo de compartilhar sua vivência. “O que nos ajudou no processo de luto foi saber que cumprimos o último desejo da minha tia, que era técnica de enfermagem, e assim ela continuou a fazer o bem mesmo após a morte”, contou.

Entre os principais obstáculos apontados pela enfermeira estão os mitos que ainda circulam sobre o assunto, como a falsa ideia de que médicos não se esforçariam para salvar um paciente doador ou de que o corpo ficaria desfigurado após a cirurgia. “Toda vida importa. Sempre será tentado salvar o paciente, e a retirada de órgãos é feita com todo cuidado cirúrgico”, esclareceu.

No posto de saúde do Paes Leme, a campanha já começou a despertar o interesse dos moradores. “A população mostrou-se aberta e tem buscado informações. Queremos seguir com essa conscientização ao longo do ano”, destacou Eloá.

Os materiais informativos reforçam pontos importantes: uma única pessoa pode salvar até oito vidas com a doação de órgãos e transformar a vida de até 50 pessoas com a doação de tecidos. Além disso, qualquer pessoa pode ser doadora, desde recém-nascidos até idosos, desde que avaliada clinicamente.

Para a enfermeira, vencer a resistência passa por informação e diálogo. “O desconhecido assusta. É preciso conversar, estimular e conscientizar. A mensagem que deixo é que as famílias conversem sobre o tema, porque no Brasil, mesmo que o desejo seja registrado, a decisão final é sempre da família”, reforçou.

Com o apoio da comunidade e o engajamento da equipe de saúde, a expectativa é que a campanha alcance cada vez mais moradores de Imbituba. A iniciativa reforça a importância de falar sobre o tema em casa, para que, no momento da decisão, famílias estejam preparadas e mais pessoas possam ter a chance de recomeçar através da doação de órgãos.

Por Allan Royer


Campanha no Paes Leme incentiva diálogo sobre a doação de órgãos em Imbituba Anterior

Campanha no Paes Leme incentiva diálogo sobre a doação de órgãos em Imbituba

Ministério da Saúde de SC inclui rastreio de autismo na rotina infantil Próximo

Ministério da Saúde de SC inclui rastreio de autismo na rotina infantil

Deixe seu comentário