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Driblando a Lei: agente político, casal de empresários e funcionário público são alvos da Operação Castelo de Barro
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- As investigações começaram em outubro de 2024, apontando irregularidades na aquisição de saibro pela Prefeitura de Imbituba durante a gestão anterior - Foto: divulgação
Operação é mais um capítulo na série de casos investigados na gestão anterior, encabeçada pelo então prefeito Rosenvaldo Júnior
Imbituba, Imaruí e Garopaba amanheceram sob o impacto da Operação Castelo de Barro, deflagrada pela Polícia Civil na manhã desta quarta-feira (8). A ação resultou em duas prisões preventivas, sete mandados de busca e apreensão e o afastamento de um funcionário público, todos acusados de envolvimento em um esquema de fraudes em licitações e desvio de saibro.
Fraude milionária em Imbituba
As investigações começaram em outubro de 2024, apontando irregularidades na aquisição de saibro pela Prefeitura de Imbituba durante a gestão anterior. Apenas 30% do material contratado era efetivamente entregue para obras públicas, enquanto outros 30% eram desviados para uso particular e em municípios vizinhos, e 40% sequer existiram.
O contrato suspeito, firmado em junho de 2024, previa o fornecimento de até R$ 2,3 milhões em saibro, mas já havia gerado pagamentos de R$ 1,05 milhão em apenas três meses. Segundo a polícia, a empresa responsável — administrada pelo casal de empresários presos — entregava três cargas de saibro para cada dez faturadas.
Operação amplia histórico de investigações
A operação é mais um capítulo na série de casos investigados na gestão anterior, encabeçada pelo então prefeito Rosenvaldo Júnior. Apesar da sequência de operações, o ex-prefeito sempre manteve a posição de desconhecimento sobre as irregularidades.
Prisões e apreensões
Os dois mandados de prisão preventiva foram cumpridos no Centro de Garopaba, onde reside o casal de empresários responsável pela empresa investigada. Mandados de busca e apreensão também foram realizados em diversos bairros de Imbituba (Centro, Vila Nova Alvorada e Lagoa do Quintino) e na sede da empresa em Imaruí.
Além disso, um funcionário público da Prefeitura de Imbituba foi afastado do cargo. Ele era o responsável pela fiscalização e liberação dos pagamentos do saibro, mesmo diante das irregularidades.
Nome da operação
O título Castelo de Barro faz referência à quantidade exagerada de saibro que a empresa alegava ter entregue, o equivalente a 22.080 metros cúbicos, suficiente para erguer um “castelo” simbólico de barro.
Gravidade do esquema
O delegado Nicola Patel Filho, da Polícia Civil de Imbituba, destacou a gravidade do esquema e os esforços para recuperar os recursos desviados. “O valor desviado até agora chega a R$ 1,05 milhão, mas seguimos investigando a participação de outros envolvidos e buscando a recuperação do dinheiro público”, afirmou.
O delegado também ressaltou o impacto do trabalho conjunto da polícia com o Ministério Público e a Controladoria do município. “Foi um esforço de equipe para mapear as movimentações dos veículos, identificar os desvios e comprovar a fraude na execução dos contratos administrativos.”
Envolvidos já têm histórico de fraudes
De acordo com as autoridades, o casal de empresários preso já é investigado por outros casos de corrupção e desvio de recursos em Garopaba. A operação de hoje reforça o compromisso da Polícia Civil em combater crimes contra a administração pública e recuperar recursos destinados à população.
Próximos passos
Os empresários presos foram encaminhados para audiência de custódia e seguem detidos preventivamente. As investigações continuam, com foco em identificar a participação de outros agentes, públicos e privados, no esquema.
A operação foi amplamente elogiada pela população, que parabenizou a ação rápida e eficaz das forças policiais. A expectativa agora é pela recuperação integral dos valores desviados e pela responsabilização dos envolvidos.
Confira a nota da Prefeitura de Imbituba
“A nova gestão municipal informa que está ciente dos desdobramentos da Operação Castelo de Barro da Polícia Civil, realizada na manhã desta quarta-feira (08) nas cidades de Imaruí, Garopaba e Imbituba.
A Operação que apura supostos crimes na execução de licitações, cumpriu dois mandados de prisão preventiva, sete de busca e apreensão e o afastamento de um funcionário público.
Vale ressaltar que, segundo a polícia, os fatos ocorreram em outubro de 2024, momento em que foram observadas movimentações atípicas na aquisição de saibro durante a antiga gestão do município.
O prefeito Michell Peninha afirma que ações como esta são de extrema importância para a transparência da gestão pública e que coloca a nova gestão à disposição na colaboração das investigações. O prefeito declara ainda que a postura, a partir de agora, será a de combater a corrupção e responsabilizar os servidores que tiverem condutas inadequadas.”
Por redação RSC
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