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Surto de febre oropouche avança no Brasil e desafia autoridades de saúde
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Imagem iStock - Surto de febre oropouche avança no Brasil e desafia autoridades de saúde
Doença antes restrita à Amazônia já atinge 18 estados e o Distrito Federal; Espírito Santo lidera em número de casos
O Brasil vive um avanço inédito da febre oropouche, doença transmitida pelo mosquito maruim, que já provocou ao menos cinco mortes confirmadas em 2025. Antes concentrada na Região Amazônica, a infecção viral agora se espalha por quase todo o país. Até julho, 11.805 casos foram registrados em 18 estados e no Distrito Federal, ultrapassando os índices de 2024 e indicando um cenário de expansão acelerada.
O Espírito Santo, com mais de 6 mil registros, tornou-se o epicentro da doença. Especialistas apontam que áreas de plantação e regiões periurbanas (locais de transição entre zonas rurais e cidades) oferecem as condições ideais para a proliferação do mosquito Culicoides paraensis, popularmente conhecido como mosquito-pólvora.
“Temos populações sem imunidade prévia, e uma grande presença do vetor. O vírus encontrou um ambiente fértil para se espalhar”, explica Orlei Cardoso, subsecretário de Vigilância em Saúde do Espírito Santo. A movimentação de trabalhadores rurais durante a colheita do café também é apontada como um dos fatores que favorecem a disseminação da febre oropouche.
No Ceará, a doença migrou de pequenas comunidades rurais para centros urbanos como Baturité, elevando o número de infectados e aumentando o alerta para a possibilidade de complicações graves. Entre elas estão problemas gestacionais como microcefalia, malformações e até óbitos fetais. Em 2024, cinco mortes de fetos foram associadas ao vírus.
Pesquisas do Instituto Oswaldo Cruz mostram que uma nova linhagem do vírus, originada no Amazonas, está por trás do surto atual. Segundo o pesquisador Felipe Naveca, áreas de desmatamento e mudanças ambientais extremas, como cheias e secas severas, contribuíram para a expansão: “Eventos climáticos como o El Niño influenciam diretamente na dinâmica do vetor e na circulação do vírus”, destaca.
O Ministério da Saúde intensificou o monitoramento, investe em testes com inseticidas e orienta a população sobre medidas de prevenção, como uso de roupas compridas, telas nas janelas e eliminação de matéria orgânica. Gestantes em áreas de risco devem redobrar os cuidados.
A oropouche se soma agora à lista de arboviroses que desafiam o sistema público de saúde brasileiro, exigindo resposta rápida, vigilância ativa e ações coordenadas entre governo e população.
Por Redação RSC
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